UX design é uma área em evolução rápida e constante, cujos profissionais são cada vez mais requisitados.
Uma pesquisa recente da empresa Kleiner Perkins descobriu que, atualmente, há em média um UX designer para cada cinco engenheiros de software em startups – até pouco tempo atrás, essa proporção costumava ser de um para 15.
Só que as empresas também estão cada vez mais conscientes em relação ao que procuram em um profissional dessa área. Portfólio bonito, apenas, já não é suficiente para contratar alguém.
Por isso, se você almeja seguir e obter sucesso na carreira de UX designer, não pode ficar de fora das principais tendências nessa área.
6 tendências em UX design
O usuário se tornou o elemento central dos negócios, e as empresas querem entregar a eles uma boa experiência na utilização de seus produtos ou serviços, certo?
Pois os profissionais do futuro em UX design são justamente aqueles que entendem que fazem parte de um negócio e que sabem atuar em equipes multidisciplinares.
Foi-se o tempo em que esta área era apenas um braço da equipe de design ou de produto.
Espera-se cada vez mais que UX designers sejam estratégicos quanto aos recursos, telas e experiências que projetam.
Sem esquecer, é claro, de manter as habilidades técnicas da área e de ficar atento às tendências para incorporar as inovações aos produtos em desenvolvimento ou aperfeiçoar os já existentes.
Veja abaixo o que está em voga no momento.
Cada interface é uma história
Contar histórias nunca foi um elemento tão presente no mundo do design.
À medida que as jornadas do consumidor se tornam mais fragmentadas, o trabalho do UX designer deve garantir que as marcas contem uma história coerente em todos os seus canais – e que essas histórias sejam claras, interessantes e humanas do início ao fim.
Quando os smartphones passaram a fazer parte do nosso dia a dia, a experiência do usuário, que até então era focada no desktop tradicional, foi adaptada para um novo modo de consumir o conteúdo (em telas pequenas e verticais, sem o uso do mouse).
Daqui para frente, os UX designers terão outro papel. Com inteligência artificial, realidade virtual, chatbots, interação por voz e outras tecnologias surgindo, as interfaces visuais não são o único foco.
Colaboração em tempo real
Seguindo a tendência gerada pela edição compartilhada de documentos do Google, cada vez mais, e em mais ferramentas disponíveis, será possível criar e colaborar em um mesmo documento com outras pessoas em tempo real.
Essas ferramentas possibilitam trabalhar remotamente e com colegas de qualquer parte do mundo sem muita dificuldade, o que aumenta a produtividade e a troca de ideias. Alguns exemplos são o Mural.co, Pixelboard, Stickies.io e slack.
O UX designer atual é capaz de dominar essas ferramentas e colaborar com outros profissionais sem que todos estejam necessariamente reunidos na mesma sala.
Controle de versão
Usar controladores de versão como Git, SVN, Visual Studio Team Services, entre outros, é algo para lá de consolidado no mundo do desenvolvimento de software e, consequentemente, para a web.
Agora, esse modo de trabalho vem sendo utilizado também nas demais áreas da criação de produto, pois permite uma colaboração consistente – com controle de quem mudou o que e quando – entre os membros de um grupo de trabalho ou empresa.
Acabou aquela história de salvar arquivos com o nome de layout_v5_2_final.psd.
Kactus, Abstract, Folio e Plant são as mais comuns, mas é bem provável que novas ferramentas apareçam em breve.
Adeus, tela
Pense por um momento: como será quando o mundo que conhecemos hoje, das interfaces visuais, se tornar obsoleto?
Bem-vindo ao novo universo da Zero UI.
Tendo em vista o crescente desuso das telas em detrimento de outros modos de interação, como voz, gestos, olhares e até mesmo pensamento, o UX designer deve abrir seu leque de conhecimentos e entender que a experiência do usuário vai muito além do que se pode ver.
Serviço com personalidade própria
É muito bom conseguir ir direto ao que você precisa, o mais rápido possível, sem precisar interagir com outras pessoas, não é?
Melhor ainda é fazer tudo isso com uma ferramenta que entenda o que você quer dizer, que ajude e que ainda tenha certa personalidade.
Chatbots são opções incríveis e que acertam em cheio nesse quesito. Eles aprendem por meio da interação com o usuário e o ajudam a chegar aonde ele quer, com agilidade.
Esse método de atendimento e conhecimento do público-alvo, que fica disponível 24 horas por dia e faz com que o usuário sinta-se valorizado, tende a crescer a cada dia.
Os maiores exemplos são os assistentes da Google, da Amazon (Alexa), da Apple (Siri) e da Microsoft (Cortana).
Eles não apenas entendem os usuários como têm personalidade própria, vozes facilmente distinguíveis, humor etc.
Mas nem sempre esses robôs precisam ser complexos como os citados acima. Um site qualquer pode ter atendimento por texto gerenciado por um bot. Algo sempre ali, pronto para ajudar.
Em todos os casos, essas ferramentas carregam a personalidade da empresa e contribuem para a totalidade da experiência do usuário.
Identificação com o usuário
Quando pessoas de extrema-direita resolveram organizar um comício extremista nos Estados Unidos, a Airbnb baniu aqueles que eram seus usuários para mandar ao mundo o recado de que é a favor da liberdade.
A mesma empresa também isenta de suas taxas pessoas que precisam de hospedar em locais onde aconteceram desastres naturais e até mesmo oferece abrigo.
Esse tipo de atitude não só transmite uma ideia clara sobre seu posicionamento como também agrega valor à experiência de quem usa o serviço, por meio da identificação.
Como qualquer outro tipo de marca, essas ações devem ser coerentes e consistentes com as crenças, os princípios de design e a missão da empresa no mundo.
Esse é, portanto, um dos desafios: como aprimorar o UX design de acordo com campanhas promovidas pelas empresas, muitas feitas a partir de eventos não planejados?
Evolução do UX/UI design
No início da internet comercial, a experiência do usuário resumia-se em navegar por textos (provavelmente em Times New Roman, 12px, espaçamento 1,5) e imagens em muito baixa resolução.
Naquela época, a web era construída por engenheiros. Anos mais tarde, tornou-se campo de atuação dos web designers (mais especificamente designers gráficos) e, depois, dos UI designers.
Os títulos de cargos ficaram mais precisos, e o foco dos especialistas, mais estreito, à medida que a complexidade do desenvolvimento da web aumentava.
Mas segundo Donald Norman, diretor do Laboratório de Design da Universidade da Califórnia, a quem se atribui a criação do termo UX (User Experience), faltava um método de trabalho que cobrisse “todos os aspectos da experiência da pessoa com o sistema, incluindo gráficos de design industrial, interface, interação física e manual”.
Assim surgiu o UX design, que está cada vez mais em voga.
Hoje, segundo a Adobe, os profissionais da área já têm a mesma prioridade de contratação em empresas do que engenheiros de software: ambos com 87%, seguidos dos designers gráficos, com 76%, e dos gerentes de produto, com 74%.
Oportunidades em UX design
Assim como no resto do mundo, o mercado brasileiro de UX Design está em expansão.
Uma pesquisa da empresa de recrutamento Michael Page apontou que a demanda por especialistas na área triplicou no primeiro semestre de 2017, em comparação ao mesmo período do ano anterior.
E a remuneração não é nada mal.
No Brasil, em levantamento com 711 participações realizado pela Saiba Mais, também no ano passado, 35% dos profissionais de UX design consultados disseram que ganhavam entre R$ 4.000 e R$ 7.000.
O mais abrangente estudo de salários de tecnologia feito no Brasil corrobora esses números. Na pesquisa, conduzida pela Revelo, em 2017, os profissionais de UX Design recebem, em média, R$ 5,9 mil por mês.
Esse levantamento reuniu nove mil ofertas de emprego e 100 mil candidatos.
As oportunidades estão em diversos locais: empresas ou indústrias consolidadas (onde o UX geralmente é uma área de apoio), startups, agências de consultoria, institutos de tecnologia e até em universidades e governos.
Já as funções do UX designer podem variar dependendo do tamanho da empresa e da cultura da equipe onde trabalha.
Em uma grande companhia como a Tesla Motors, por exemplo, o UX designer é “um componente integral do processo de desenvolvimento” e tem grande responsabilidade para “o sucesso da jornada do consumidor desde a tomada de consciência da marca, aquisição do produto e pós-compra”.
Já na gigante Siemens, o UX designer tem de criar desde as personas até os mock-ups.
Esse profissional deve “coletar e tomar decisões de UX de acordo com o feedback dos consumidores e ser responsável por gerenciar mudanças durante o ciclo de vida do projeto”.
No Brasil, uma vaga recentemente adicionada ao Linkedin pela Accenture descrevia o UX designer como responsável por analisar dados e entender o comportamento e perfil dos usuários, mapear formas rápidas e fáceis para que ele consiga atingir seus objetivos, construir, testar e propor melhorias para os protótipos, ser dono de projetos, entre outras funções.
Ou seja, as contribuições desse profissional em uma empresa podem ser bastante amplas, mas primordiais para as estratégias de venda e fortalecimento de uma marca.
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