É tudo sobre protagonismo no Dia das Mulheres

O Dia das Mulheres é um dia para celebrar as conquistas sociais, econômicas, culturais e políticas das mulheres. A data não é de festa: reflete a luta histórica por direitos e oportunidades, relembrando e reconhecendo àquelas que se dedicam à causa.

Com o intuito de celebrar essas conquistas, convidamos mulheres que trabalham no mundo corporativo e exclusivamente nos Recursos Humanos (RH) para tomarem o lugar que lhes é devido: no meio do palco, sob todos os holofotes. Afinal, muitas ficam nos bastidores diante do sucesso de suas empresas. 

Neste dia, proporcionamos não só a oportunidade de conectá-las ao verdadeiro propósito da data, mas reconhecer o protagonismo que elas exercem. 

Siga a leitura e saiba mais sobre a nossa ação. 

Empoderamento Feminino no RH

O setor de RH é o único dominado mundialmente pela presença feminina. 

No Brasil, de acordo com dados do CAGED (2018), a cada 4 profissionais na área de Recursos Humanos, 3 são mulheres. Esse número demonstra o empoderamento feminino diante do mercado e abre espaço para que outras mulheres consigam ocupar cargos de liderança. 

Um estudo realizado pela Workforce, aponta lideranças femininas da área de RH que se dedicam à aumentar diversidade, promover igualdade salarial e envolver os funcionários com o tema. São elas que estão liderando o caminho da equidade de gênero nas empresas.

A Revelo também convidou mulheres incríveis e que são peças fundamentais em suas empresas, para contarem um pouco sobre suas trajetórias, conquistas e desafios no mundo corporativo.

Mulheres inspiradoras no RH

Rafaela Rodrigues

A Rafaela começou na área de RH lá em 2012. Já trabalhou com folha de pagamentos, integração e processos de admissão e demissão. Porém, há 10 meses ela trabalha exclusivamente recrutando pessoas. 

Sobre oportunidades

Uma vez ou outra a gente esbarra em alguém que muda o nosso caminho, seja no âmbito pessoal e no profissional (ou até em ambos). Basta uma chance para mudar tudo. E é nisso que a Rafa acredita: 

“O que eu mais gosto no recrutamento é poder dar oportunidades, às vezes isso é tudo que uma pessoa precisa. É muito legal fazer o processo seletivo de um candidato e depois ver o crescimento dele dentro da empresa”, conta.

Ela vai além do usual ao considerar uma pessoa para o processo seletivo, afinal “ninguém é um currículo, todos têm suas trajetórias e batalhas por trás das suas experiências profissionais e elas devem ser consideradas. Muitas histórias me surpreendem”, complementa. 

Sobre desafios

Pra ela, seu maior desafio como recrutadora “é quando um gestor solicita uma vaga e sugere que ela seja preenchida por um homem. Muitas vezes, quando o processo é para uma área “predominantemente masculina” (como engenharia, tecnologia e afins), o desafio não é encontrar o candidato ideal, mas sim o de convencer que uma mulher também pode ser boa para a vaga”, comenta.

Mas ela tenta reverter a situação: “sempre que dá, eu tento explicar e ensinar aos requisitantes, que isso só fortalece a desigualdade de gênero dentro das empresas.”

Juliana Aleixo 

Formada em Relações Públicas, Juliana decidiu mudar a rota da sua carreira já que percebeu que queria trabalhar com o ativo mais importante de uma empresa: as pessoas. 

“Pensando e observando as empresas que passei, decidi que queria entender os bastidores e lidar com os times. Hoje, trabalhando com recrutamento, me sinto realizada. Cuido de cada etapa do processo, atendo várias áreas da empresa e trabalho com vagas complexas”, conta. 

Sobre inspiração 

“Com certeza um dos grandes desafios que eu vejo na área, é quebrar o paradigma de que as mulheres não são boas para determinadas áreas. E é papel do RH monitorar o clima e acreditar no potencial de cada um, independente do gênero”, diz Juliana. 

Ela também já presenciou momentos incríveis: “uma mulher que passou no nosso processo descobriu que estava grávida no dia do exame admissional. Ela ligou para a diretora da área para contar, esperando que algo mudasse. A diretora deu os parabéns e, claro, seguiu com a admissão. Esse tipo de atitude me inspira muito”, lembra. 

Sobre futuro

É por essas e outras que a Ju acredita em um futuro onde “todos parem de ver as mulheres no mundo corporativo como algo ‘diferente’. Meu desejo é realmente igualdade: de oportunidades e salário. Conheço mulheres incríveis que não trabalham menos que os homens apenas por serem mulheres”. 

Mary Freitas

Há 10 anos na área de recursos humanos, a Mary adorava a área de processos. “Sempre trabalhei na parte processual. Quando pensava no RH, o que mais me chamava a atenção era o Departamento Pessoal”, disse.

Mary acreditava não ser boa para trabalhar com pessoas, mas “consegui emprego enquanto fazia faculdade de RH e surgiu uma oportunidade para trabalhar com recrutamento e seleção. Com isso, fui aprendendo a lidar com pessoas e conhecer a história delas”.

Sobre inspiração

A recrutadora acredita que as mulheres “já ocuparam grande espaço no mercado de trabalho”.

“Estamos avançando com tudo. Hoje, partimos pra cima, sem receio para tomar decisões importantes e expor opiniões. E é nisso que devemos nos agarrar, para que o mercado continue evoluindo”, alega.

Kaiene Gomes

O início da caminhada da Kaiene começou aos 16 anos quando ela trabalhava em uma instituição que ajuda jovens carentes a entrar no mercado de trabalho. “Saí de lá para fazer psicologia. Me encontrei na disciplina de psicologia social e decidi que era por esse caminho que eu seguiria, foi então que cheguei onde estou hoje.” 

A Kaiene trabalha em uma fintech e, além de ser recrutadora, é responsável por ações de diversidade. “Meu principal objetivo é utilizar os processos ligados à diversidade como ferramenta de inclusão. Criar processos seletivos inovadores, disruptivos e que tirem as pessoas da sua zona de conforto”, explica. 

Sobre desafios

“Um dos meus maiores desafios é o de me reinventar e ajudar as pessoas que estão ao meu redor, principalmente os gestores com quem trabalho. Me preocupo em sempre estimulá-los a convidar pessoas de faculdades menos óbvias para as entrevistas.”

A recrutadora ainda complementa: “existem muitas pessoas por aí com um mega potencial e que podemos realmente transformar a vida delas.”  

Sobre futuro 

A Kaiene é bem consciente sobre o que ela deseja para as mulheres que estão no mundo corporativo e para quem ainda vai entrar: 

“Queria que as mulheres e as mulheres negras pudessem ter acesso a um espaço que é muito negado pra nós. Que a gente consiga ter um número de pessoas no mercado que represente minimamente o extrato do que é o Brasil.”

Jéssica Szabó 

Para a Jéssica, recrutamento e seleção não é só colocar a pessoa dentro da empresa. Ela acredita que é onde ela consegue ser mais humana ao conversar com um candidato. 

“Sempre achei que nessa parte do recursos humanos poderia ser mais livre e conduzir conversas de forma leve, mesmo com um job description e perguntas específicas”, disse. 

Além de tudo, a recrutadora é super preocupada em deixar o candidato à vontade para falar. “Quanto mais somos nós mesmos, mais trazemos o nosso melhor. E é exatamente isso que a gente busca ao contratar alguém.”

Sobre desafios

Para ela, a área de R&S é (literalmente) tudo sobre pessoas. Mesmo não se considerando muito comunicativa, a motivação dela está em se conectar com as histórias dos candidatos, mas existe também um grande desafio: “ter equilíbrio com as minhas emoções é o maior deles. Em algumas situações, gostaria muito de dar a vaga para uma pessoa, porque sei que ela realmente precisa, mas seu perfil não encaixa no cargo”, lembra. 

Mas ela tenta virar o jogo, “quando surge uma nova oportunidade, entro em contato novamente e a incluo no processo.”

Não dê flores, dê protagonismo

Os caminhos para a igualdade de gênero no mundo corporativo têm evoluído e é gratificante saber que existem mulheres tão incríveis abrindo espaço para que ele se concretize. 

O tema segue em voga e é muito importante conscientizar as pessoas de que o dia 8 de março não é sobre flores, chocolates e cartões cor-de-rosa. É sobre reconhecer o esforço, dentro e fora do trabalho, que todas as mulheres empregam diariamente em qualquer contexto em que estão inseridas.

Não dê flores.

Dê protagonismo! 

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