A geração millennials, também chamada de geração Y, é alvo de mitos e preconceitos.
Mas já é hora de desvendá-la: essa geração vai compor a metade da força de trabalho total no mundo até 2020.
O termo não é novo e se refere ao grupo de pessoas nascidas entre o início da década de 1980 e meados dos anos 1990.
O “Y” no nome deve-se ao fato de ela suceder a chamada geração X – composta por pessoas que nasceram entre o início dos anos 1960 e a década de 1980.
Como você vê, soa confusa a definição de um millennial, já que essa faixa geracional é tão ampla, que pode se referir a um jovem de apenas 23 anos ou a um adulto de 37, ambos indiscutivelmente em fases de vida muito diferentes.
Mas, apesar da diferença de idade visível, os dados em nossa plataforma nos surpreenderam e mostraram que o comportamento desses que parecem tão diferentes (em idade) é muito similar quando se trata de carreira.
Então, em que os millennials são diferentes dos demais, quais são as características dessa geração e como essas pessoas se comportam no consumo e no mercado de trabalho?
É o que vamos descobrir em seguida.
Descubra neste estudo a verdade sobre a geração Y, seus valores e suas carreiras.
Geração Millennials
As questões que queremos abordar são: que características aproximam esses jovens adultos que compõem a geração Y? O que exatamente diferencia os millennials daqueles que vieram antes deles, os não-millennials?
O principal fator é o acesso à tecnologia. Pessoas das gerações anteriores cresceram e passaram boa parte da vida adulta sem sequer cogitar as facilidades que viriam com o advento da internet e dos dispositivos móveis. Apesar de muitas utilizarem tais tecnologias hoje em dia, são consideradas “imigrantes digitais”.
Por outro lado, grande parte dos millennials já tinham celulares e endereços de e-mail quando estavam no Ensino Médio, ou cresceram junto com a internet, configurando aquilo que chamamos de “nativos digitais”.
A revolução digital simplesmente ditou o ritmo de vida, o estilo de aprendizado e os hábitos de consumo dessa geração.
Os millennials usam os smartphones quase como uma extensão de seus corpos, passando a maior parte do dia conectados, recebendo grande quantidade de informação de forma curta e rápida. Também têm o costume de aprender coisas novas e tirar dúvidas em textos e tutoriais na internet, hábito que faz deles verdadeiros autodidatas.
Essa é a geração que não quer ser comercializada e gosta de estar envolvida. O entretenimento “standard” oferecido pela TV e pelas mídias tradicionais não faz a cabeça desses jovens, ao contrário do que se via nas gerações mais antigas.
A geração do milênio não se preocupa se o conteúdo é produzido profissionalmente – para ela só importa que seja legal e autêntico. Por isso, os criadores de conteúdo de sucesso de hoje interagem com seus fãs por meio das mídias sociais e adaptam seu material ao que eles desejam.
Pesquisas de preferências políticas entre os millennials sugerem que eles têm visões cada vez mais liberais, assim como costumam demonstrar maior apoio geral às políticas econômicas liberais clássicas do que as gerações anteriores.
Eles também são mais propensos a apoiar o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a legalização de drogas e a se opor a testes em animais para fins médicos do que as gerações mais velhas.
A Pew Research Center chegou a descrever os millennials como “a força do voto dos jovens”, apontando que eles são parte da militância política que ajudou a eleger Barack Obama, o primeiro presidente negro dos Estados Unidos. No Reino Unido, a maioria dos millennials se opôs à saída dos ingleses da União Europeia.
Outra diferença importante entre millennials e não-millennials é a maneira como encaram a carreira e como se comportam no ambiente profissional. Neste quesito, a geração Y carrega uma fama bem negativa.
Millennials têm uma reputação de trabalho em movimento – ou seja, são conhecidos por não se apegarem a instituições ou organizações em específico, não se engajarem profundamente com o trabalho e mudarem de emprego toda hora.
Outra impressão frequente é a de que essa geração não nutre o desejo de trabalhar em companhias grandes e tampouco aspira “fazer carreira” em uma única empresa, como seus pais faziam.
Querem alcançar cargos de gerência e salários altos rápido demais, apesar de terem qualificação e experiência limitadas. E, quando suas expectativas não são atendidas, não hesitam em abandonar a empresa para buscar oportunidades que julgam melhores.
A verdade é que, por conta desses conceitos, millennials são comumente intitulados de profissionais mimados, descomprometidos, voláteis e imprevisíveis por chefes, superiores e até colegas mais velhos.
Mas será que todos esses estereótipos realmente fazem sentido? A má reputação profissional dos millennials tem razão de existir ou é apenas fruto de uma incompreensão a respeito do que esses jovens pensam e desejam para si?
Números da geração millennials
Por serem parte fundamental da transformação digital, os millennials são objeto de muitas pesquisas em todo o mundo.
Confira a seguir alguns dados valiosos sobre essa geração:
- Quase 74% dos millennials começam a trabalhar já na faculdade (Revelo, 2018)
- Millennials ficam 1,8 ano no primeiro emprego, pouco mais da metade do tempo da geração anterior (Revelo, 2018)
- 7% dos millennials recusam propostas de trabalho devido ao salário (Revelo, 2018)
- 50% do total de trabalhadores no mundo será de millennials até 2020 (LinkedIn, 2018)
- 60% dos millennials estão de olhos abertos para novas oportunidades (Gallup, 2018)
- 21% dos millennials trocaram de emprego no último ano nos EUA (Gallup, 2018)
- 71% dos millennials do setor de tecnologia que estão procurando novo emprego nos EUA o estão fazendo para avançar em habilidades e conhecimentos de sua área (Spiceworks, 2018)
- 55% já postaram uma ou mais selfies nas redes sociais (SproutSocial, 2016)
- Enviam, em média, 50 textos por dia (AdAge, 2017)
- 36% acreditam que a ciência e a tecnologia podem mudar fortemente o mundo (Ipsos, 2015)
- 87% usam 3 ou mais dispositivos no dia a dia (Forbes, 2015)
- Conferem seus smartphones, em média, 45 vezes ao dia (SDL, 2017)
- 86% possuem um smartphone (Nielsen, 2017)
- Gastam, em média, 19 horas no smartphone por semana (Flutentco, 2017)
- Gastam, em média, 25 horas por semana online (Wired, 2016)
- 90% estão no Facebook (Statisa, 2017)
- 41% usam o Facebook todos os dias (Fluent, 2016)
- 79% usam Netflix (Statisa, 2017)
- 81% usam o YouTube (Statisa, 2017)
- 37% escutam podcasts (Statisa, 2017)
- 64% gostariam de trabalhar de casa ocasionalmente (Fluentco, 2016)
- 5 a cada 6 conectam-se às empresas nas mídias sociais (SDL, 2017).