A motivação no trabalho é a vontade genuína de dar o melhor de si para conquistar os objetivos da empresa, como se fossem os seus próprios.
Não é à toa que essa força é considerada um superpoder para as organizações modernas, que buscam extrair o melhor do potencial humano para criar valor de mercado.
Pessoas motivadas são capazes de feitos extraordinários, e essa energia propulsora é decisiva para o sucesso dos negócios.
No entanto, seres humanos são complexos e nem sempre é fácil identificar suas necessidades.
É por isso que líderes e profissionais de RH precisam compreender como elevar o ânimo e usá-lo de forma estratégica.
Quer impulsionar a motivação no trabalho para reforçar os resultados da equipe? É só continuar a leitura.
O que é a motivação no trabalho
A motivação no trabalho é o processo de inspiração que impulsiona os membros de uma equipe a se esforçarem pelos objetivos da empresa.
A palavra motivação deriva do latim “movere”, que significa “mover forças, agindo em ou dentro de uma pessoa para iniciar um comportamento”.
Logo, podemos definir a motivação como a força que move a ação: uma atitude essencial na vida profissional.
No ambiente de trabalho, cabe aos líderes e profissionais de RH empreender a motivação, ou seja, conduzir o processo de estímulo de pessoas na direção das metas.
De acordo com o livro Gestão de Motivação e suas Teorias (Babelcube, 2018), de Hiriyappa B., a motivação corporativa corresponde a benefícios monetários e não-monetários aplicados a indivíduos e equipes.
Para dar suporte ao tema, existem diversas teorias motivacionais que estudam o que move o comportamento das pessoas.
Vamos conhecer um pouco sobre cada uma delas:
Hierarquia das necessidades de Maslow
A teoria de Maslow sobre a hierarquia das necessidades é uma das mais importantes no campo da motivação, pois revela a ordem de prioridade das necessidades humanas.
Segundo o autor, nossas necessidades podem ser organizadas em uma pirâmide, na seguinte ordem da base para o topo:
- Necessidades fisiológicas: água, comida, abrigo, roupas, sexo, etc.
- Necessidades de segurança: salário, casa própria, seguros, plano de saúde
- Necessidades sociais: pertencer a um grupo, ser aceito e amado
- Necessidades de estima: sentir-se valorizado, reconhecido e estimado
- Necessidades de autorrealização: alcançar o máximo do potencial individual.
Assim, para saber exatamente como motivar alguém, é preciso saber em que parte dessa pirâmide a pessoa se encontra.
Teoria X e Teoria Y de Douglas McGregor
Douglas McGregor foi um economista americano que criou as famosas Teoria X e Teoria Y para explicar a influência dos gerentes sobre a motivação dos colaboradores dentro da empresa.
O autor identificou que uma parte das pessoas age segundo os pressupostos que chamou de Teoria X, enquanto outra parte se movimenta de acordo com a Teoria Y, conforme exemplificado abaixo:
Teoria X
Concepção tradicional de direção e controle |
Teoria Y
Integração entre objetivos individuais e organizacionais |
O ser humano tem aversão natural ao trabalho. | O ser humano vê o esforço físico e mental no trabalho de forma tão natural quanto a necessidade do descanso. |
A maioria das pessoas precisa ser controlada, punida e coagida para que trabalhe. | A maioria das pessoas busca se autocorrigir naturalmente, para atingir os objetivos propostos no trabalho. |
O ser humano é um ser carente, que vive se esforçando para suprir suas necessidades a qualquer custo. | O ser humano é capaz de se comprometer com objetivos, dependendo da recompensa que lhe for oferecida. |
O ser humano não consegue assumir responsabilidades. | O ser humano não só é capaz de assumir responsabilidades, como as procura constantemente. |
A participação dos funcionários é um instrumento de manipulação. | A participação dos funcionários é uma forma de valorizar suas potencialidades intelectuais como criatividade e engenhosidade. |
O líder deve ser impositivo e autocrático. | O líder deve ser participativo e democrático. |
Como você deve ter notado, a Teoria X se adapta melhor a ambientes tradicionais e burocráticos, enquanto a Teoria Y representa empresas mais flexíveis, dinâmicas e inovadoras.
O desafio dos gerentes e profissionais de RH é compatibilizar os motivos das pessoas à função que realizam, e as teorias acima fornecem informações sobre dois opostos em termos de relação com o trabalho.
É claro que a nova era da gestão de pessoas e tendências de valorização do capital humano se alinha muito mais à Teoria Y, que descreve o comportamento típico dos millennials e da geração Y e Z.
Teoria da motivação-higiene de Frederick Herzberg
Também conhecida como teoria dos dois fatores, foi criada pelo psicólogo norte-americano Frederick Hezberg para determinar a origem da motivação no trabalho.
Para o autor, existem dois tipos de necessidades independentes: os fatores de higiene, relacionados às condições e política da empresa, e os fatores motivadores, que envolvem o sentimento de realização e crescimento profissional.
Sua conclusão é de que os fatores de higiene correspondem às necessidades básicas de Maslow, ou seja, devem ser supridos para não frustrar os colaboradores.
Já a verdadeira motivação estaria nos fatores motivadores, que incluem aspectos de reconhecimento e valorização.
Por que motivar a equipe de trabalho
Não faltam razões para motivar a equipe de trabalho, se a ideia é maximizar o potencial dos colaboradores e ganhar em produtividade.
De acordo com uma pesquisa da consultoria Gallup, publicada na Forbes, a falta de motivação dos colaboradores custa entre U$ 960 bilhões e U$ 1,2 trilhões por ano para as empresas dos EUA.
É um prejuízo impressionante, que reforça a estatística de que apenas dois em cada 10 funcionários acredita que está sendo motivado adequadamente pelo superior.
No Brasil, 56% dos trabalhadores estão insatisfeitos com seu trabalho, de acordo com pesquisa do Instituto Locomotiva.
No mesmo estudo, 96% dos profissionais consideram importante o reconhecimento por meio de recompensas materiais como dinheiro, viagens e vales-presente.
Ao mesmo tempo, 90% deles acredita que o reconhecimento também é válido por meio de elogios, homenagens e até mesmo brindes como insígnias e medalhas.
Os dados que provam a relação entre motivação e produtividade são abundantes, mas não é preciso ir muito longe para entender por que pessoas satisfeitas trabalham melhor e alcançam resultados.
A própria área de Recursos Humanos tem acompanhado a mudança do conceito de “funcionário” para “colaborador”, que indica o deslocamento do capital humano para o epicentro das empresas.
Isso significa que as pessoas são o ativo mais valioso, capaz de alavancar o crescimento das empresas modernas.
A presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos diz que um dos grandes desafios para 2018 é satisfazer as expectativas de uma nova geração de colaboradores que espera um trabalho gratificante e constante aprendizado.
Será que você está preparado para promover o engajamento necessário aos seus colaboradores?
Como motivar a equipe de trabalho
Agora que você entendeu a origem da motivação e sua importância, já pode começar a colocar em prática nossas lições de engajamento.
Anote as dicas infalíveis para motivar a equipe no trabalho:
1. Enriqueça a função
A motivação no trabalho vem do propósito em realizar determinada tarefa ou atividade.
Se o colaborador não entende a importância de seu trabalho ou não consegue visualizar o resultado de sua função, ele será tomado pelo sentimento de frustração e desânimo.
Para reverter esse quadro, o profissional de RH ou gestor deve enriquecer a função do colaborador, ou seja, estabelecer desafios e aumentar sua autonomia para resolver determinados problemas.
Ainda que a responsabilidade do profissional aumente, ele se sentirá mais motivado para perseguir suas metas e recompensado pelo impacto positivo de suas soluções.
2. Dê feedback constante
A ausência de feedback é um dos principais desmotivadores no ambiente de trabalho, pois todo ser humano necessita de atenção e retorno sobre suas ações.
Até mesmo um feedback negativo é mais eficiente do que a falta de comunicação.
Então, nunca deixe de manter sua equipe informada sobre os resultados.
Além disso, a falta desse tipo de comunicação pode levar os colaboradores a criarem suas próprias avaliações, que geralmente representam seus piores receios.
Se você quer extrair o potencial máximo da equipe, tenha o feedback contínuo como principal regra para líderes e gestores.
3. Invista na gestão de benefícios
O programa de benefícios é fundamental para a motivação dos colaboradores em qualquer empresa.
Por isso, é preciso dedicar atenção a esse assunto.
Atualmente, a tendência dos benefícios personalizados é crescente, pois cada colaborador tem suas próprias necessidades e preferências.
Os clássicos planos de saúde, vale-alimentação e auxílio creche ainda são essenciais, mas você pode inovar com auxílio-educação, gratificações por produtividade, serviços de estética e cuidados pessoais, assinaturas de serviços de entretenimento, etc.
4. Tenha um bom plano de cargos e salários
Apesar de a motivação ir muito além do salário, é evidente que colaboradores com remuneração justa são mais produtivos.
Para garantir salários compatíveis com o mercado, é fundamental estruturar uma política salarial coerente e bem justificada.
Além disso, essa política serve como base para a criação dos planos de carreira, que são excelentes motivadores.
5. Estabeleça metas realistas
As metas podem impulsionar ou frustrar os colaboradores, dependendo de como forem elaboradas.
Uma meta realista é aquela possível de ser cumprida na realidade da organização, com diretrizes claras e recompensas para que o colaborador se sinta motivado a persegui-la.
Por outro lado, metas agressivas demais, confusas ou incoerentes com as possibilidades da empresa desanimam profundamente os profissionais.
Para criar metas mais eficientes, você pode usar a metodologia SMART, cuja sigla indica os critérios: específica, mensurável, atingível, relevante e temporal.
6. Valorize o clima organizacional
O clima organizacional pode ser definido como a percepção coletiva que os colaboradores têm da empresa.
O nível de satisfação geral pode ser medido por meio da pesquisa de clima, que avalia os sentimentos, desejos e expectativas das equipes em relação à organização.
Com esse tipo de estudo, você pode analisar os principais aspectos da empresa e desenvolver estratégias para diminuir a rotatividade, aumentar o comprometimento e alterar políticas de gestão.
5 fatores de motivação no trabalho
Com base em pesquisas da Monster For Employers, Forbes e Walk and Talk, reunimos alguns fatores decisivos para a motivação no trabalho, de acordo com os próprios colaboradores.
Confira os cinco fatores que mais influenciam a produtividade:
1. Experiências aprendidas
Um dos fatores campeões para a motivação no trabalho são as experiências aprendidas, ou seja, os desafios positivos oferecidos aos colaboradores.
Isso indica que as pessoas procuram o desenvolvimento pessoal e profissional, que traz resultados para a empresa e contribui com a capacitação do colaborador.
Por isso, vale a pena investir em oportunidades de cursos, trocas de experiências, vivências e atividades que alimentem a necessidade de aprender das equipes.
2. Comunicação aberta
A comunicação honesta e feedbacks constantes aparecem como fatores altamente valorizados pelos profissionais.
Isso inclui a abertura para opiniões, transparência nas políticas da empresa e eficiência na circulação de informações no ambiente interno.
3. Reconhecimento por desempenho
O reconhecimento também é um fator-chave de motivação, que deve ser praticado em função do desempenho dos colaboradores.
Políticas de bonificações e gratificações funcionam muito bem para esse propósito, além de planos de carreira, elogios diretos e menções em publicações internas.
È importante que essas iniciativas de reconhecimento sejam amplamente divulgadas, para demonstrar a relação entre esforço e recompensa em empresas realmente meritocráticas.
4. Autonomia nas funções
As tendências indicam que os colaboradores estarão cada vez menos dispostos a lidar com excesso de autoridade e falta de autonomia no trabalho.
Assim, é importante permitir que o colaborador possa tomar algumas decisões a respeito de suas atividades, além de ter liberdade para propor soluções e conduzir processos.
Os melhores profissionais não temem as responsabilidades, pelo contrário: sentem-se motivados com a confiança depositada em suas competências.
5. Oportunidades de crescimento
As oportunidades de crescimento são poderosos motivadores para incentivar a dedicação dos colaboradores, pois oferecem uma perspectiva para o futuro.
Afinal, o esforço não faz sentido se não houver uma recompensa sólida, e nada mais gratificante do que uma promoção ou mudança de área desejada.
Desse modo, a empresa que quiser se manter competitiva deve abrir portas para seus talentos galgarem novas posições.
Se você chegou até aqui, deve estar inspirado para apostar na motivação e no potencial humano da empresa.
Mas lembre: não adianta oferecer todas as oportunidades e benefícios se o RH não for capaz de selecionar os talentos certos.
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